segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Maria Preta 1925, a Fulgurante defesa “Parte II”

Vista geral da área.
       Saímos na segunda feira passada 23/01, em direção a linha Maria Preta, precisamente o que queríamos era, conversar com o Sr. Geraldo Cella, a fim que o mesmo tirasse algumas duvidas que tínhamos sobre a localização exata onde havia ocorrido o famoso combate que levou o nome daquela comunidade. Neste trabalho precisávamos localizar, um local fisico para dar ênfase a nossa tese em relação à veracidade dos fatos e isso nos levou a procuralo.
        Ao trafegar pela BR 163, fiquei imaginando como seria tudo aquilo naquele ano de 1925, o que não consegui fazer; agora restava a ajuda de nosso ancião o Sr. Cella, que me recebeu com muita hospitalidade em sua residência. Após as devidas apresentações comecei a fazer as perguntas ao que sem ressentimento algum, começou a nos relatar o que sabia:
Geraldo Cella.

       “Meu nome é Geraldo Cella tenho 85 anos, cheguei aqui dia 04 de outubro de 1964, eu sou natural de Cachoeira do Sul, município do Rio Grande, depois de algumas andanças vim parar aqui, em geral tudo aqui era mato” ao ser questionado sobre a revolução que havia passado por onde anos mais tarde seria sua residência ele assim nos relatou “eu quando cheguei vi falar de trincheira então eu fui La ver, tinha um buraco assim de mais ou menos 12m de comprimento e 40 cm de fundura, porem acredito que hoje não tenha mais nada nesse lugar, já que tudo virou lavoura, o que fiquei sabendo na época é que tinha ali encima uma tropa de soldado e atiravam para Ca, e que segundo seu Juventino um ancião que na época também residia aqui perto, atrás da minha casa havia sido enterrado um oficial revoltoso, e também o Beno Blau que tinha terra ali do outro lado da BR cerrou os pinheiros que estavam todos cheios de bala dentro, aqui na minha lavoura uma vez minha falecida mulher estava capinando e encontrou dois pentes de fuzil, um estava intacto” ao ser questionado sobre o Juventino Pinto, um senhor que já foi aqui no blog mencionado e que encontrou diversos artefatos nas trincheiras citadas nesta entrevista ele confirmou dizendo que havia visto diversos materiais que o mesmo encontrou, ao fim da entrevista ele comentou sobre o erro das autoridades em deixar o local no esquecimento e levantou de sua cadeira para me mostrar onde estavam as duas forças e o local onde havia a cruz em que o oficial foi enterrado.
       Após encerrar a entrevista fiquei muito feliz, pois havia sanado minhas duvidas o combate foi real, deixou marcas, cicatrizes, agora é hora de recuperalas, então peguei a minha câmera e tirei uma foto ampla em que pegava toda a área de realização do combate, que é esta foto a seguir:

       Obs: No traço em amarelo estavam as tropas legalistas de Claudino (este é o local das trincheiras, onde vários objetos foram encontrados), enquanto as tropas revolucionarias estavam na área vermelha,  o ponto preto indica onde o tenente revolucionário foi enterrado, enquanto que a listra em azul é a picada existente na época.
       Desvendando estas duvidas e conhecendo o real local onde tudo aconteceu chegamos ao fim da segunda parte deste especial, deixando para amanha a terceira parte que digo aos amigos ser imperdível, pois amanha contaremos o nome do oficial que ali foi enterrado, alem do objeto que encontramos ao ir fotografar as trincheiras ou a plantação em que hoje se tornaram.

Nenhum comentário:

Postar um comentário