sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Reporter Luiz Veronese escreve materia sobre os monges que passaram na fronteira; "PARTE II"

Ontem 24/11 publicamos a primeira parte desta materia, hoje a segunda parte vai contar a repercusão dela, alem de muito comentada regionalmente, me confidenciou um morador de linha Separação que o numero de visitas a procura da gruta do monge aumentou consideravelmente, por pessoas que com o Jornal da Fronteira na mão, contendo a referida materia, queriam conhecer o local; o que demontra claramente que estes locais historicos que estão abandonados em Dionisio Cerqueira, se da pela falta de preservaçao por parte do municipio, pois a população tem interesse em visitar e conhecer, o que falta é a administração municipal que diz que ta trabalhando fortemente na cultura e no resgatre historico, abrir um pouco mais os olhos e ir la e ver o que pode ser feito por este que é um dos locais historicos a mais tempo abandonados em nosso municipio; resta ainda aqui parabenizar o reporter Luiz Veronese pela materia, e pedir aos amigos que leiam o seu desfecho com o depoimento deste ancião Palmasolense que veio a procurar o autor para contar sua historia e cura que recebeu do proprio monge;

Parte II - Continuação
Ancião relata o emocionante encontro que teve com o Monge João Maria
Por Luiz Carlos Veroneze
Mais tarde, seu filho Assis ligou para o Jornal da Fronteira e conversou com o autor da matéria, o repórter Luiz Carlos Veroneze. Disse: “Meu pai conheceu pessoalmente o Monge João Maria”. Uma entrevista foi agendada e o relato do “seo” Bento Alves de Anhaia, de Palma Sola, segue abaixo, mais ou menos na sua linguagem, conforme relatou:
“O São Jão Maria eu conheci na comunidade de Três Passinho, mais adiante de Nonoai, prum lado pra Sarandi, que vai de Passo Fundo à Nonoai, no Rio Grande. Quando tinha uns 10 ano, fui pegado de cobra. Eu andava acompanhando tocá o gado, era bem pequeno, quando fui pegado de cobra. Tivemô eu mais meu pai que sai do fundo da invernada, eu puxado pela mão, e me mandô cô meu irmão mais velho pra Serrinha, adiante de Três Passinho, pra curá. No caminho era de noite, e tinha um fogo no meio do mato, numa crarera pra poso de tropero. Quando chegamô, tinha um povo lá e meu irmão falô ‘meu irmãozinho tá pegado de cobra’. Então uma muié, ou um homê, não lembro, pediu onde nóis ia. Meu irmão disse ‘vô levá meu irmãozinho pegado de cobra pra curá cô benzimento na Serrinha’. Daí aquela pessoa acendeo um cigarro na foguêra e disse ‘ocê vorte daqui, que vô benzê essa criança, e quando chegá em casa ele vai tá bãozinho’. Meu irmão disse ‘se vortá nosso pai vai batê inóis‘. Aquela pessoa disse ‘vô benzê agora e ocê vorte senão ele vai morrê’. Assim feito, quando chegamô, eu já tava miór. Então minha mãe disse ‘isso é coisa dos profeta. Ninguém fais isso aí senão os profetizador’. Então papai mandô nóis vorta pra agradecê, mas chegando lá achamô só o lugar, mas não achamô mais sinal das pessoa, nem marca de foguêra. Não tinha mais nada, eles tinha sumido.
Meu pai disse ‘isso é coisa dos hôme santo milagroso’. Uns 30 dias depois, na mesma estrada da invernada entre Nonoai e Passo Fundo, meio adiante pra Sarandi, fui pegado de cobra de novo. A cobra me pegô no escurecê, mas eu tava arrumando a criação e não quis pará. Quando fui pra dentro da casa, o patrão mandô ‘agora vãocelavá’, e eu não consegui caminhá côa perna dura. Meu patrão se achegô e pediu ‘que aconteceo?’ e contei ‘uma cobra me pegô desjá hoje’. Meu patrão se assustô, ‘mas só agora ocê vai contá’. No otro dia chegô um hôme, bem cedo, e pedio pruma menina ‘onde está o guri pegado de cobra?’. Ela disse ‘ele está deitado’. Então entrô aquele hôme magro, que já tinha visto muito falar pelo meu tio Atalibio do hôme profeta, e na casa todos falava que é o grande São Jão Maria d’Agostinho. Ele me benzeo e logo fiquei tão bão. Lembro dele sentadinho na porta, de barba, mal trajado, desse chapéu e as perna assim, quando sentava ficava com as perna toda vida assim cruzada, assim igualzinho da foto do jornal, bem este aqui ó... Depois aquele hôme cefoi, nunca vi mais. Eu caminhava pelas estrada rezando pra encontrá ele, mas nunca vi mais. Todo pessoal tinha uma paixão por esse hôme. Hoje estô com 89 anos, e tenho essa história pra contá. Eu sempre tive uma image do São Jão Maria, depois virei evangélico e me desfiz da image, pois image evangélico não pode tê, mas sempre acreditei nesse hôme santo milagroso, que me curô, quando criança tava pegado de cobra”.

Bento Alves de Anhaia, Foto de Luiz Veronese.

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postado por Associação Cultural Nacional


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