sábado, 16 de julho de 2011

Neste mes de julho realizamos duas entrevistas historicas com personagens marcantes!!!

Representantes das entidades que fazem a pesquisa da Coluna Prestes, juntamente com o Sr. Juventino Pereira Pinto em Realeza-PR.

Na terça feira dia 12/07/2011, estivemos em Realeza-PR, entrevistando um ancião cerqueirense. Sem reconhecimento por parte do nosso municipio O centenario Sr. Juventino Pereira Pinto de 105 anos de idade, lucido, jogado num azilo para idosos daquele municipio onde passa seus dias; nos recebeu com uma imensa alegria e com um olhar fixo e perdido no tempo começou a contar sua Historia:

'Cheguei em Dionisio Cerqueira corria o ano de 1952; fui morrar em linha Maria Preta, e la trabalhei algum tempo na conservaçao das estradas'
Foi no que solicitamos a ele que nos contasse sobre os objetos encontrados nas trincheiras que ficaram abertas da batalha de 25, ao que nos contou;
"Eu conheci uma conteranea da la que se chamava (Chica) Barbosa, ela me mostrou onde era as trincheiras, la eu cavoquei e encontrei muitos materiais, e enviei tudo ao CTG Porteira Aberta de Sao Miguel do Oeste, por que aqui nao tinha nada onde deixar, acho que isso ainda ta la"
Só pra deixar aqui mencionado, queria citar que senti tristeza quando nos contou que saiu do municipio de Dionisio Cerqueira, por que no ano de 2004 ficou doente e nao conseguia exames  aqui no municipio, entao um filho arumou esses exames em Realeza foi para la e nao voltou mais, e a indignação maior é o seu olhar ja sentido, preparando as lagrimas ao recordar de uma terra, onde nada foi feito para homenagear tao importante figura que tanto fez por nosso municipio;


Ezidro Pires Nardes
Tanbem na terça feira 12/07/2011, estivemos visitando outro anciao de nosso municipio o Sr. Ezidro Pires Nardes, 101 anos de idade cuidador dos cavalos da Coluna Prestes, unico remanescente daquela campanha de que temos noticia que esta vivo, desconhecido pelas autoridades, com pouco tempo ainda e caindo no esquecimento;

QUE VERGONHA PARA NOSSOS GOVERNANTES;

A materia deste encontro saiu no Jornal Imagem de Sao Miguel do Oeste, feita por nossos amigos da Cooesc por isso transcrevemos na integra seu conteudo;


Quarta-Feira - 20/07/2011

Dionísio Cerqueira
Na terça-feira (12), cobrindo a pesquisa desenvolvida pela COOESC (Cooperativa Educacional de Santa Catarina), em parceria com a Associação Recreativa e Cultural Nacional, foi localizado um remanescente da Coluna Prestes. O ex-combatente Ezidro Pires Nardes, nascido em 15 de novembro de 1910, em Lagoa Vermelha – RS, reside em Dionísio Cerqueira junto a sua numerosa família e conta com detalhes sua trajetória a serviço de Luiz Carlos Prestes.

Ingresso na coluna de marcha
Ezidro conta que à época morava com a família nos arredores de Panambi – RS e quando as forças chegaram a mãe escondeu as crianças no mato, mas ao ver o seu pai e dois irmãos serem levados à força se desgarrou da mãe e correu junto ao pai, que aos berros mandou ele voltar. “Eu não ia deixar o meu pai e os irmão sozinho numa hora destas”. Disse ele.

Passagem pelo Rio Uruguai
Segundo Ezidro a passagem da tropa e dos apetrechos pelo rio Uruguai foi realizada através de uma barca a motor e muitas canoas. “Havia muitas canoas de cedro e uma com motor” Explicou

O descanso da tropa
O descanso da tropa sempre era à noite e, às vezes, ficava estacionada por vários dias. “Lá eu cuidava dos cavalos e, de vez em quando fazia sentinela. Não se fazia festa, mas matavam uns quatro bois para comer – tinha cozinheiras e até alfaiate – uniforme só para os soldados do Prestes – Lá tinha tudo”. Outras vezes, a gente caçava e por desconhecimento, muitas vezas a gente matava uns bichos muito velhos e, por isso perdi até alguns dentes. Contou ele, apontando para a boca com alguns dentes faltando..
O recrutamento
O recrutamento era feito à revelia e à força ao longo do eixo de progressão. ´Nóis não era revolucionário, nóis era partidário e parente de Getúlio – Eles chegavam nas casas e levavam tudo –homens, mulheres, comida, boi, carroça...

A disciplina
A disciplina era rigorosa, sem festanças e nem bebidas alcoólicas e a indisciplina era punida com castigo físico e até com a morte. “Eu mesmo ainda estou com o lombo duro de tanto apanhar – e os doentes e feridos ninguém dava bola” Exclamou com ar de revolta.

Luiz Carlos Prestes
Ezidro disse que Prestes era um homem de baixa estatura, autoritário e corajoso. “Ele não era muito grande, era parecido com o senhor. ( repórter do JI) perguntei pra ele se não tinha medo de tantas caveiras extraviadas no mato. E ele respondeu que não tinha medo de nada”.


A batalha de Dionísio Cerqueira
O confronto das tropas comandadas por Luiz Carlos Prestes com as de Claudino Nunes Pereira e Paim Filho deu-se na Serra da Maria Preta em Dionísio Cerqueira. Daquele embate, seu Ezidro não participou e tampouco tem recordações. Mas o confronto de Separação está vivo em sua lembrança e a empolgação no relato dá mostras de que o velho membro da Coluna Prestes tem o episódio muito vivo em sua memória. Seu Ezidro conta que os quatro batalhões da Coluna já estavam em marcha e com uma dianteira de algumas horas enquanto ele e mais outros dois jovens faziam a retaguarda. “Olha, home do céu, de repente o tiroteio começou. Era tiro de um lado e tiro de outro. As balas cruzavam a noite escura e o taquaral estourava dando ainda mais, o jeito de que o mundo tava acabando. Ainda hoje, me pego escutando as bala zunindo nas oreia.... fujimo pelo mato – num lançante até passá por uma sanga. No final de tudo nóis tava só em dois, não vimo mais o outro companheiro.” Assim, o velho remanescente daquela aventura resumiu a batalha “às cegas” de Separação.

O Retorno
Ezidro perdeu o pai e os irmãos em combates durante a marcha e foi um dos que se desligou da Coluna em Barracão. Aproveitou a permissão dada para alguns comandados e voltou à terra de origem no Rio Grande do Sul. Perguntado de como sobrevi-veu no percurso, ele disse que estava com seu companheiro e caçavam, mas que perderam as armas pelo caminho quando foram perseguidos por uma onça preta e ficaram sem rumo. Enfim sobreviveu e mais tarde, voltaria para o Oeste de Santa Catarina para fixar residência.

Seu Ezidro foi a partir de entao alvo de muitas entrevistas feitas por nossa entidade, sendo que fizemos uma homenagem a este importante personagem cerqueirense, no dia 05 de Agosto do corrente, encaminhamos oficio a camara de vereadores de Dionisio Cerqueira, solicitando a entrega de menção honrosa ao Sr. Ezidro, o qual na mesma data foi protocolado, sendo que tal oficio foi lida na casa e foi alvo de um requerimento verbal do vereador Olasir Brasil, sendo aprovado por todos;
Oficio encaminhado;

Esta tão importante homenagem foi entregue a ele na data de 12 de Agosto de 2011 no CTG do municipio, a entidade fez sua parte juntamente com a camara municipal em homenagear este heroi cerqueirense, porem vamos somente até onde os pés alcançam e com certeza esse senhor mereceria muito mais incentivo por parte do municipio;
Imagem da menção honrosa;

Confira o video da entrega.

No caso do sr. Juventino citado no inicio deste post, esta sendo estudado como realizaremos sua homenagem por parte de nossa entidade; Agradecemos o apoio recebido da camara de vereadores do municipio pela atenção nos dada do presidente da casa Norberto Hart, demais funcionarios e do vereador Olasir Brasil, proponente desta homenagem;
Postado por: Associção Recreativa e Cultural Nacional
Lutando pela Cultura e Resgate Historico de Dionisio Cerqueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário