domingo, 1 de abril de 2012

Jornal de Beltrão escreve matéria sobre visita a Dionísio Cerqueira.


O Jornal de Beltrão escreveu uma matéria sobre a visita que explanamos aqui durante a semana passada reveja como ficou:
Balas e cartuchos detonados 87 anos atrás ainda são encontrados em lavoura de soja
Ivo Pegoraro
Publicado em: 31/03/2012 - 09:48 | Atualizado em: 01/04/2012 - 20:07

Em poucos minutos foram ajuntados 40 cartuchos do combate de 87 anos atrás, alguns talvez ficaram intactos, porque ainda estavam com a bala. Na foto, Cleiton Weizenmann, Jorge Baleeiro de Lacerda, Luiz Carlos Veronese e Vinicius Weizenmann
Na sexta-feira, Jorge Baleeiro me ligou para que programássemos uma viagem a Barracão e Dionísio Cerqueira. Ele queria pegar mais informações sobre a Coluna Prestes. Como havia necessidade também de ver, por lá, como andava a situação da estiagem, marquei para o sábado de manhã. Fomos cedo e nem deu tempo pra ver a estiagem (a única informação que obtive é que a chuva da semana foi boa, mas não pegou nas cabeceiras). O que vimos foram boas surpresas sobre um combate que muita gente de nossa região nem imagina que existiu.
Quando estávamos no cemitério histórico e fui fotografar uma das placas colocadas lá, ano passado, pela Associação Recreativa e Cultural Nacional, é que vi a data. “Olhem aqui, o combate aconteceu dia 24 de março de 1925, exatos 87 anos hoje.” Outra observação que fiz foi sobre o cemitério. “Esse é dos legalistas e onde está o cemitério dos revolucionários?”
Cemitério dos revolucionários não tem, me responderam Baleeiro e Cleiton Wiezenmann. O combate, acontecido à noite, foi entre duas tropas do Exército Nacional. As duas tropas pensavam estar atirando contra os homens da Coluna Prestes, mas na verdade estavam atirando uma contra a outra.
Cleiton nos disse que apareceram pesquisadores querendo cavocar no cemitério para ver quantos corpos foram enterrados. Mas a associação não permitiu. Eles até desconfiam que pode nem ter corpos enterrados ali, que o cemitério seja apenas simbólico. Está próximo ao antigo povoado da Encruzilhada, que passou a se chamar Separação após aquele combate. Chegou a ter dois hotéis, rodoviária e hoje não tem mais nada de urbanizado, é apenas uma área do meio rural, com roças e pastagem de bovinos. Os corpos teriam sido enterrados no local do combate, que fica a uns 200 ou 300 metros dali. Os moradores mais antigos diziam que lá encontraram muitas cruzes. Hoje é tudo lavoura de soja. 
Muitos cartuchos no chão
Não imaginei que fosse tão fácil encontrar, ainda hoje, 87 anos depois, tantos cartuchos de fuzil, no chão. Em poucos minutos encontramos 40. E um deles ainda estava com a bala, o que leva a supor que não tenha sido detonado. Cleiton nos diz que podem ter sido detonados uns 50 mil tiros e Luiz Carlos Veronese acrescenta que, segundo o que ele leu, foram 80 mil tiros.
Em alguns cartuchos se lê até a data de fabricação: 1913.
Em Beltrão, tivemos a oportunidade de mostrar ao deputado federal Assis do Couto (PT) os cartuchos e ele gostou do achado. Assis quer reabrir a Estrada do Colono e, também, resgatar a história da fronteira. O deputado me disse que quem busca apoio de autoridades pode contar com ele. 
Associação quer mais atenção das autoridades
Pode até parecer mentira, mas não é: 87 anos depois de um dos maiores combates da Revolução Brasileira de 1924 (aqui conhecida como Coluna Prestes), aquele local histórico que tanto tem de importância é citado em vários livros que circulam pelo Brasil, mas está ainda sem nada que lhe renda a proporção merecida.
O 24 de março de 2012 passou despercebido às autoridades. Ninguém notou a importância da data; ali há quase um século está no esquecimento o combate de Separação, que até substituiu o antigo nome da comunidade Encruzilhada.
Para fazer um pouco de justiça, fica aqui registrado que neste dia estivemos no local com integrantes de nossa associação e como colocamos na postagem de ontem acompanhamos o ilustre escritor Jorge Baleeiro e o empresário Ivo Pegoraro, as homenagens que pudemos fazer naquele dia foram em forma de visita, que será esplanada também no Jornal de Beltrão em alguns dias.
Tanto tempo se passou e pouco ainda foi feito, nossa entidade engatinha com as forças que tem, mas mesmo levantando a questão na imprensa, não surge um grande empresário ou um político disposto a mudar aquela realidade. Enquanto isso, o combate remanesce e renasce a cada dia; mas nossa entidade não desistirá, continuamos na busca e sem medir esforços para eternizar este símbolo de nossa região, e agradecemos aos dois visitantes de sábado que de certa forma mantêm acesa a chama da esperança de dias melhores a velha Encruzilhada.
Nas fotos que veremos a seguir, Pegoraro e Baleeiro se impressionam com o local, as fotos demonstram a grandiosidade do combate, onde que neste sábado, andando em meio a uma plantação das proximidades, recolhemos 40 cápsulas de fuzil.
Um museu a céu aberto em nosso município? Não, isso é uma vergonha a céu aberto; e ainda ouvindo emissoras de rádio tenho que escutar políticos locais dizendo que estão investindo fortemente no resgate histórico. Chega a ser deboche, não...
 Este link abaixo leva a materia direta do site do jornal:

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